Não é preciso de um grande conhecimento de cinema para saber que Mad Max: Estrada da Fúria é um filme incrível. O ritmo intenso da trama, aliado às cenas de ação incomparáveis e ao insano pano de fundo pós-apocaliptico fizeram do novo Mad Max um clássico moderno.
Então, nós nos perguntamos o seguinte: com praticamente duas horas inteiras de ação atrás de ação, como não ficamos perdidos com o conteúdo mostrado nas telas? Afinal, das 480 horas de filmagem que o diretor George Miller fez durante a produção, a equipe de montagem, coordenada por Margaret Sixel, usaria apenas 120 minutos.
Apesar do trabalho árduo, a solução foi simples. Miller ajudou a edição do filme com um enfoque diferente na composição dele: a ação se passa no centro de cada frame, o que permite que os editores e espectadores entendam rapidamente o que está acontecendo em cena.
Para isso, o diretor gritava no walkie talkie para os câmeras: "Coloque a cruz [da lente da câmera] no nariz dela! Coloque a cruz na mira da arma!". E funcionou! Como cada tomada é enquadrada no centro, não é preciso "caçar" o ponto de interesse... Quem assiste ao filme não precisa de três ou quatro frames para descobrir para onde olhar. Isso permitiu também que Sixel acelerasse algumas cenas sem prejudicar o movimento do longa, afinal o foco é sempre no mesmo lugar, como ler um livro flipbook, daqueles que você acompanha a cena ao passar as páginas com rapidez.
O resultado é um filme que sai do padrão das câmeras instáveis e caóticas e da direção de fotografia bruta, muito popular na última década. Tanto que não vemos aquela série de tomadas aleatórias de ação que sobrecarregam quem assiste com uma falsa sensação de energia, o que pode ser eficaz em doses menores mas que se torna muito confuso quando feito durante duas horas. Por isso, George Miller pensou em algo diferente para o filme estrelado porTom Hardy e Charlize Theron.
Com isso em mente, o editor e comentarista Vashi Nedomansky fez o vídeo a seguir mostrando exemplos das cenas centralizadas de Mad Max: Estrada da Fúria. Você já tinha reparado que isso acontecia?
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